Prefeito do Maranhão confessa ter matado PM durante vaquejada, alega legítima defesa e é liberado após depoimento

O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), se apresentou espontaneamente à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (7/7) e confessou ter sido o autor do disparo que matou o policial militar Geidson Thiago da Silva. O crime ocorreu na noite de domingo (6), durante uma tradicional vaquejada no município de Trizidela do Vale, no interior do Maranhão.

Acompanhado por sua equipe de advogados, o gestor municipal prestou depoimento na Delegacia Regional de Presidente Dutra. Segundo o delegado Ricardo Aragão, superintendente de Polícia Civil do Interior, João Vitor alegou ter agido em legítima defesa após se envolver em uma discussão com a vítima, que teria, segundo ele, representado uma ameaça.

Apesar da confissão, o prefeito não foi detido. Como a apresentação aconteceu fora da situação de flagrante e de forma voluntária, não havia fundamento jurídico para prisão imediata. A arma do crime ainda não foi localizada — de acordo com a polícia, o próprio investigado afirmou ter se desfeito do armamento logo após o ocorrido. As autoridades agora tentam negociar a entrega da arma.

O policial Geidson Thiago era lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão e estava no evento acompanhado de amigos. Testemunhas relataram que o desentendimento entre ele e o prefeito evoluiu rapidamente, culminando no disparo fatal.

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar todos os detalhes do caso. A corporação informou, em nota oficial, que o prefeito não possui porte legal de arma de fogo e que a tese de legítima defesa será analisada com base em provas técnicas e depoimentos de testemunhas. O prazo legal para conclusão das investigações é de até dez dias.

Ao final da apuração, caberá ao delegado responsável decidir se solicitará a prisão preventiva do prefeito ou outras medidas cautelares, que só poderão ser determinadas com autorização judicial.

O caso gerou grande repercussão política e social na região e está sendo acompanhado com atenção por autoridades estaduais.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.