Mandato de Eduardo Bolsonaro chega ao fim da licença e futuro político segue incerto

A licença parlamentar de 120 dias concedida ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) termina neste domingo (20), abrindo um novo capítulo na trajetória política do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Caso não retorne ao Brasil para reassumir suas atividades na Câmara dos Deputados, o parlamentar poderá começar a acumular faltas não justificadas, o que pode comprometer seu mandato.

Eduardo se afastou do cargo em março, alegando “interesses pessoais” e, em dois dias específicos, “tratamento de saúde”. Na ocasião, afirmou que permaneceria nos Estados Unidos com o objetivo de realizar articulações políticas internacionais e defender ações contra supostas violações de direitos humanos no Brasil. Desde então, não retornou ao país.

Segundo o regimento da Câmara, para não perder o mandato, um deputado não pode faltar a mais de um terço das sessões plenárias. O suplente José Olímpio (PL-SP), pastor ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, assumiu o cargo temporariamente em 21 de março. Olímpio afirmou, em entrevistas, que manterá as mesmas bandeiras defendidas por Eduardo e que mantém relação próxima com a família Bolsonaro.

Nos últimos dias, o clima político em torno da possível volta de Eduardo se acirrou. Em entrevista à CNN, o deputado declarou estar disposto a “sacrificar o mandato” para continuar atuando em prol do Brasil a partir dos Estados Unidos. “Não vejo clima para retornar ao Brasil e ser preso”, afirmou, fazendo referência a investigações em curso no país.

A tensão aumentou após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o ex-presidente Jair Bolsonaro de manter contato com o filho Eduardo. Além disso, Jair Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica e afirmou publicamente que não acredita no retorno do filho ao Brasil, prevendo até que Eduardo possa buscar a cidadania americana. “Ele é inteligente, domina outros idiomas e tem bom relacionamento com o governo dos EUA”, disse o ex-presidente.

Com o fim da licença se aproximando e sem sinal concreto de retorno, o futuro político de Eduardo Bolsonaro segue envolto em incertezas — tanto em relação à manutenção de seu mandato quanto à sua permanência no Brasil.

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