O Sindicato expressa sua oposição às alterações implementadas pelo ‘Ministério da Saúde’ na administração dos hospitais federais no Rio.

A recente reestruturação dos hospitais federais do Rio de Janeiro, promovida pelo Ministério da Saúde, gerou fortes críticas de sindicatos e autoridades de saúde. A medida, que busca dividir a gestão das unidades hospitalares em blocos, foi vista por muitos como uma fragmentação prejudicial, tanto para os trabalhadores quanto para a população atendida. De acordo com Christiane Gerardo Neves, diretora do sindicato, a iniciativa do ministério fere a integridade do Sistema Único de Saúde (SUS) e a participação popular garantida pela Constituição.

O plano de reestruturação, lançado em julho, visa reconfigurar a administração dos hospitais federais no Rio, com propostas como a movimentação voluntária de pessoal e a contratação de novos funcionários, além da reabertura de leitos e expansão de serviços. No entanto, a divisão da gestão das unidades – que envolve a transferência de hospitais como o Andaraí para a Prefeitura do Rio, o Bonsucesso para o Grupo Hospitalar Conceição, e o da Lagoa para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – gerou insatisfação generalizada entre os servidores e profissionais da saúde.

A decisão de descentralizar a administração foi criticada por líderes dos conselhos de saúde estadual e municipal do Rio, Leonardo Legora e Osvaldo Mendes, que consideraram as mudanças como um retrocesso para o SUS. Durante uma audiência pública, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) expressou apoio às críticas e afirmou que enviaria um documento ao Ministério da Saúde solicitando mais esclarecimentos sobre os impactos dessa reestruturação. Segundo ele, a medida parece desestruturar um sistema que, embora com desafios, tem como objetivo principal o atendimento universal e gratuito à população.

Além disso, servidores dos hospitais, que estão em greve desde maio, não apenas criticaram o que consideram um “fatiamento” do sistema de saúde federal, mas também apresentaram uma série de reivindicações salariais, pedindo ajustes nas condições de trabalho e nas diferentes carreiras do setor. Eles argumentam que a medida representa um desmonte do serviço público de saúde no estado e uma ameaça à qualidade do atendimento.

Em contraste com as críticas, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a diretora do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), Teresa Navarro Vanucci, não compareceram à audiência pública, embora a ministra tenha se manifestado por meio de uma carta, justificando sua ausência ao mencionar que já havia discutido o tema na Câmara dos Deputados na semana anterior. No entanto, essa ausência aumentou a tensão e a percepção de que o governo federal não está disposto a dialogar adequadamente com os profissionais da saúde e as autoridades locais sobre as mudanças propostas.

A reestruturação dos hospitais federais no Rio de Janeiro continua a ser um tema controverso, com debates sobre os impactos para os trabalhadores da saúde e para a população que depende dos serviços desses hospitais.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.