Investigados pelo ataque de 8 de janeiro buscam a prisão do ministro Alexandre de Moraes

Militares sob investigação pela Polícia Federal (PF) por suspeita de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022 realizaram o monitoramento da residência oficial do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com os investigadores, o objetivo dos suspeitos era prender Moraes, mas o plano foi abortado após o adiamento de uma sessão do STF. A informação sobre o adiamento da sessão, que tratava da questão do orçamento secreto do Congresso, foi divulgada em um grupo de mensagens criado pelos acusados, o que levou ao cancelamento da operação.
A mensagem que anunciou o cancelamento dizia: “Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui ainda.”
Esses detalhes foram encontrados no relatório de inteligência da Operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira (19), que visava prender cinco militares envolvidos em um esquema para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o governo de Jair Bolsonaro. Conforme as investigações, os acusados realizaram uma operação secreta denominada Copa 2022 em 15 de dezembro de 2022, três dias após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Moraes, diplomar Lula e Geraldo Alckmin como presidente e vice-presidente eleitos, respectivamente, nas eleições de outubro daquele ano.
Para evitar rastros, os envolvidos na operação utilizaram linhas telefônicas de terceiros e codinomes como Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Japão e Gana durante a comunicação, que ocorreu por meio do aplicativo Signal, com conteúdo criptografado.
Após analisar as mensagens e rastrear as localizações dos celulares, a PF concluiu que é “plenamente plausível” que a residência oficial de Moraes tenha sido monitorada por um dos investigados.
Na mesma investigação, a PF também revelou que os suspeitos planejavam assassinatos contra Lula e Alckmin. Na ocasião, Lula estava em São Paulo, participando de um evento com catadores de materiais recicláveis, enquanto Alckmin se reunia com governadores em Brasília.