Dólar atinge R$ 6,27 e bate novo recorde; Ibovespa recua mais de 3%

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (18) cotado a R$ 6,267, alcançando um novo recorde nominal. A disparada da moeda norte-americana, que registrou alta de 2,82% no dia, reflete a preocupação do mercado com o enfraquecimento do pacote de corte de gastos proposto pelo governo federal no Congresso.

No mercado de turismo, o dólar também subiu, atingindo R$ 6,477, com valorização de 2,30%. Apesar do recorde, esses valores não consideram os efeitos da inflação, mas indicam uma pressão crescente sobre a economia brasileira.

Impacto do Federal Reserve e incertezas fiscais
O aumento do dólar foi impulsionado, em parte, pela decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, de cortar sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano. O Fed também sinalizou que realizará apenas mais duas reduções de juros previstas para 2025, o que aumentou a atratividade de investimentos em ativos americanos, reduzindo o fluxo de capital para países emergentes como o Brasil.

Além disso, os investidores estão apreensivos com o futuro do pacote de corte de gastos do governo federal. Já considerado insuficiente por especialistas, o projeto pode sofrer ainda mais desidratação durante as negociações no Congresso, elevando a percepção de risco fiscal.

Queda no Ibovespa
O mercado acionário brasileiro também sentiu os impactos da instabilidade. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, recuou 3,15%, encerrando o dia em 120.769,78 pontos. Setores como bancos e varejo foram os mais penalizados, refletindo o clima de aversão ao risco entre os investidores.

O que esperar?
Com o cenário global desafiador e as incertezas internas, o dólar pode continuar pressionado, impactando diretamente os preços de produtos importados, combustíveis e viagens internacionais. No mercado acionário, o movimento de queda pode se acentuar caso não haja clareza sobre o equilíbrio fiscal e as reformas necessárias.

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