Falta de pronunciamento da OAB diante de fala capacitista da Secretária de Educação do DF gera revolta na comunidade autista.

A recente declaração capacitista da Secretária de Educação do Distrito Federal, Hévia Paranaguá, no último dia 07/01/2025, gerou uma onda de indignação dentro da comunidade autista e entre defensores dos direitos das pessoas com deficiência. Contudo, o que mais tem causado revolta não é apenas a fala infeliz, mas o silêncio da própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), que, até o momento, não se posicionou oficialmente sobre o ocorrido.
O episódio veio à tona após a divulgação das declarações da Secretária, amplamente interpretadas como capacitistas e desrespeitosas em relação às pessoas autistas. Grupos e associações que atuam na defesa dos direitos das pessoas com deficiência rapidamente manifestaram repúdio e cobraram um pronunciamento formal da OAB a nível distrital, exigindo não apenas um pedido de desculpas, mas também medidas concretas para evitar a perpetuação desse tipo de discurso em uma instituição que deveria zelar pela justiça e inclusão.
“É inadmissível que uma entidade como a OAB-DF, que deveria representar a defesa dos direitos fundamentais, se mantenha omissa diante de um episódio tão grave. O silenciamento institucional apenas reforça a ideia de que discursos capacitistas ainda são toleráveis dentro de espaços de poder”, declarou Ana Ribeiro, ativista e mãe de uma criança autista.
O silêncio da OAB-DF tem sido interpretado como um sinal de conivência ou, no mínimo, de negligência diante de uma questão que envolve direitos humanos e representatividade. Para muitos, a falta de uma resposta oficial mina a credibilidade da instituição no que tange à defesa da diversidade e da inclusão. Considerando que falta menos de uma semana para o retorno das aulas nas escolas públicas, cresce o medo e a insegurança entre as famílias.
Diante da omissão da OAB-DF, a comunidade autista e aliados organizam mobilizações nas redes sociais afim de pressionar a entidade a se manifestar e a tomar providências concretas, como a promoção de treinamentos sobre inclusão e a responsabilização dos envolvidos.
A indiferença institucional diante de declarações capacitistas não pode ser normalizada. A comunidade autista segue exigindo respeito, representatividade e medidas efetivas para combater a discriminação em todas as suas formas.

Por Géssica Guedes

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