É um absurdo Hélvia culpar estudantes autistas pela falta de vagas nas escolas.

entrevista ao DFTV nesta terça-feira (7/1), a secretária de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, apontou que a falta de vagas na rede pública de ensino, entre outros fatores, é também consequência do aumento do número de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A secretária afirmou que houve uma “explosão” no número de crianças diagnosticadas com TEA matriculadas na rede distrital e que, quanto maior o número de estudantes com TEA, menores deveriam ser as turmas, devido à Lei de Inclusão.

Essa declaração gerou indignação, pois, além de carregar um tom preconceituoso e capacitista, sugere que estudantes com necessidades educacionais especiais são um obstáculo, e não cidadãos com direito à educação garantido pela Constituição. A fala da secretária reflete uma série de falhas na gestão da Secretaria de Educação do DF (SEEDF), que deveria estar planejando adequadamente para atender à crescente demanda educacional nas diversas regiões administrativas do Distrito Federal.

Entre os principais pontos criticados está a falta de planejamento e estudos demográficos sobre as necessidades educacionais, incluindo o atendimento de estudantes com necessidades especiais. O Sinpro vem denunciando a superlotação das salas de aula no DF há anos, e a construção de novas escolas tem sido mínima durante o governo Ibaneis/Celina. Em áreas de grande crescimento populacional, como Paranoá e São Sebastião, a situação é ainda mais grave, mas a secretária parece não se preocupar com a resolução desses problemas, preferindo responsabilizar os estudantes autistas pela falta de vagas.

Além disso, a visão de “sala de aula ideal” de Hélvia Paranaguá, que considera uma turma de 30 alunos como ideal, foi criticada por sua falta de sensibilidade e de políticas inclusivas, refletindo uma postura capacitista que remonta a declarações controversas de outros membros do governo Bolsonaro. Essa postura também revela a ausência de políticas eficazes de inclusão nas escolas do Distrito Federal.

Ao responsabilizar estudantes com TEA pela falta de vagas, a secretária não só desconsidera o direito constitucional à educação de todos, mas também apaga a responsabilidade da SEEDF e do governo local na gestão educacional. A educação no Distrito Federal tem falhado em diversos aspectos, e buscar terceirizar a culpa para os estudantes é, além de negligência, uma atitude covarde e inaceitável. A gestão da educação deve ser proativa na criação de soluções, como a construção de mais escolas e a contratação de mais professores, e não colocar a culpa em quem, na verdade, deveria ser beneficiado por políticas públicas adequadas.

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.