Moraes não recua e afirma que Léo Índio incitou os atos de 8/1, votando pelo recebimento da denúncia.

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta sexta-feira (21/02), o julgamento do recebimento da denúncia contra Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele é acusado de instigar e colaborar ativamente para os atos de depredação ocorridos em 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, foi o primeiro a votar, afirmando que a conduta de Léo Índio, conforme narrada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), “se revelou gravíssima” e que há indícios suficientes para a aceitação da denúncia. O julgamento está sendo realizado no plenário virtual do STF, onde os ministros depositam seus votos eletronicamente, sem necessidade de debate. A votação segue até o dia 28 de fevereiro.

Léo Índio foi denunciado pela PGR por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa armada. A acusação, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, sustenta que ele se associou a centenas de pessoas, algumas armadas, desde a eleição de 2022, promovendo atos contra o sistema eleitoral. Segundo a PGR, o grupo teria cometido crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio público e tombado, motivados pela inconformidade com o resultado das eleições presidenciais.

A investigação aponta que Léo Índio esteve presente nos atos de 8 de janeiro e chegou a registrar, em tempo real, a destruição das instalações do STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Para a PGR, ele não apenas participou, mas também incentivou e colaborou ativamente para as depredações.

A denúncia também destaca que, no dia dos atos, Léo Índio tentou, com emprego de violência e grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo e restringindo o exercício dos Poderes Constitucionais. Caso a denúncia seja aceita pela maioria dos ministros, ele passará a responder formalmente pelos crimes perante o STF.

O julgamento ocorre em um momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro também enfrenta investigação por suposta organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. Ele pode ser julgado ainda neste ano por sua participação em eventos que questionaram o resultado das eleições de 2022.

O desdobramento do julgamento de Léo Índio será acompanhado de perto por analistas políticos e juristas, pois poderá estabelecer precedentes para outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

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